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O momento do “RE”?

Já se tornou clichê dizer que a pandemia está sendo um grande aprendizado e que jamais seremos os mesmos quando a vida voltar ao normal. Não sou daqueles que nutrem grandes esperanças sobre a melhoria da natureza humana. Evidente que o sofrimento e as dificuldades fazem pensar. Mas os avanços são sempre para uma minoria, para uma elite. E essa elite terá que desenhar essa mudança que possa haver para que a maioria a compreenda aos poucos. O empreendedor tem que fazer parte dessa minoria, que vai, de fato, renovar. No geral, será o susto e a vontade de que tudo volte onde estava antes da Covid-19, com todos os seus percalços.

A reorganização da sociedade pós-pandemia será, portanto, gradual, em direção àquilo que se entende por normalidade. Ou seja, aquilo como era antes. Acho que será preciso uma transformação de percepção sobre o peso do mundo empresarial na vida de cada um. Enquanto a estratégia da empresa, de qualquer empresa, não for algo assimilável ao empregado, ele não vai entender o quanto participa da empresa e o quanto a empresa precisa dele. Assim, o estranhamento entre ambos vai permanecer e a preocupação será apenas salarial, por parte do empregado, e de qualidade do serviço, por parte do patrão. Nada mais. Humanamente falando, será mais do mesmo. A corresponsabilidade para o desenvolvimento coletivo seria a grande mudança.
Há uma pobreza mental e universal que separa a empresa da família e a família da empresa. Porque se aprende que são coisas separadas. Acabou o turno, acabou o vínculo. Agora, com a pandemia, bate o desespero: será que a empresa pensa em mim? E o empresário: como eu faço para aquele funcionário desaparecer? O empresário pós-pandemia terá que ser responsável pela formação do novo. Porque a empresa tem que pensar sim no empregado e o empregado, na empresa. A empresa tem que pensar na família dele e a família dele, no desenvolvimento da empresa. É a corresponsabilidade e o empenho integrado que levarão ao desenvolvimento mútuo. Senão, rompe-se o vínculo e a vida segue. Isso não é ideologia, é percepção de grandeza, de desenvolvimento coletivo. Bom para a iniciativa privada e para seus funcionários, que vão se sentir valorizados. O novo é a valorização humana, é a compreensão da dependência e do compromisso.
O preço do que fazemos, o reposicionamento na cadeia produtiva, vão depender do quanto somos importantes no mercado. E o mercado se movimenta conforme a necessidade do momento e a capacidade de se agregar valor a essa necessidade. Isso é escola de empreendedor. Essa deve ser a escola do funcionário também. Falar que o modelo atual não serve mais ou serve ainda é ignorar a realidade, onde não há modelo. Há sim uma dinâmica, que precisa ser entendia e influenciada com as visões dos empreendedores, que vão desenhar a mudança, o novo no mundo dos negócios em que ele vive. Como não sabemos o fim desse processo pandêmico e muito menos suas consequências, precisamos estar prontos e vivos para olharmos para a realidade e compreendermos... a realidade. A partir de então, agir.

ARTIGO  JUNHO/2020

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Alessandro Natal

é Diretor da
UNIC Gestão e Negócios Empresariais
Empresa especializada em
Gestão Empresarial e Desenvolvimento
de Profissionais e Lideranças.
Formado em Administração com
Habilitação em Sistemas de Informação.
Palestrante em cursos, treinamentos,
eventos corporativos e preparação de
profissionais para o mercado atual.
Auditor Líder de Sistemas de gestão
da Qualidade Certificado pelo RABQSA.
Colunista do Carreira & Sucesso,
Catho nos assuntos de Gestão
Empresarial e Liderança
na Revista Atitude Empreendedora.
Contato: alessandro@unicgestaoenegocios.com.br

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