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Amanhã tem mais

Cuidar de uma empresa é um exercício humano dos mais difíceis. São diversos os fatores que precisam ser administrados com segurança para que o gestor não se sinta sob a espada de Dámocles e passe de protagonista de um grande projeto a refém dos seus próprios deslizes. Não parece uma boa escolha escrever o último artigo do ano sob o signo do perigo. Mas é fato que o encerrar simbólico de um calendário nos leva a reflexões diversas, inclusive às mais difíceis. Dimensionar seu empreendimento no tempo e no espaço é uma delas. Longe de mergulharmos em metafísicas medievalistas, sejamos apenas objetivos: para o empresário, o último dia do ano é apenas mais um da série, uma vez que seu horizonte deve estar eivado de infinitos 31 de dezembro.

O tempo se administra quando se analisa com segurança o espaço. A conjuntura é algo que nos cerca e nos impõe decisões duras. Se omitir diante de demandas reais é um passo para os problemas de amanhã. Quando se perde o time de uma decisão, o custo para contorná-la é alto e com resultado incerto. Nota-se de imediato que o clima é sempre de insegurança e é nesse ambiente que o gestor deve desenvolver seu espírito e amadurecer suas estratégias, com avanços e recuos, até que as oportunidades se tornem mais evidentes para o ataque. Perceber os sinais de que o caminho está aberto para novas conquistas nem sempre é uma leitura direta. Por isso um dos fatores fundamentais para a consolidação e aprimoramento do negócio é a capacidade de ler conjunturas e de se antecipar aos fatos.
Mas há sempre aquele que acredita na intuição no lugar da lógica e da razão. Conta a lenda que quando o atacante Zico foi questionado sobre sua precisão nos chutes do pênalti, ele respondeu: acredito sim na minha intuição e a exploro ao máximo, sem deixar de lado o treinamento incessante. E olha que até ele já errou o alvo em jogos decisivos. Outros lembram ainda o fundador do Bradesco, Amador Aguiar, que não lia jornais para não se deixar levar pelo clima de pessimismo e fazia suas apostas com sucesso, à revelia dos analistas que viam apenas trevas no cenário econômico de então. Roberto Campos, para alertar os incautos, explicava: o único empresário que pode se dar ao luxo de ser amador neste país é Amador Aguiar.
A regra é básica. A gestão do negócio é um processo contínuo e ininterrupto, cuja transformação e evolução passa por uma série de práticas diárias, as quais precisam ser seguidas com muito foco e disciplina, ciente de que o dia 31 é seguido pelo dia 1, 2, 3.... Por isso não podemos cair no comodismo, principalmente quando atingimos um certo nível de organização e controle do mercado, pois vivemos em um mundo dinâmico, o que requer atenção, atenção e atenção. A concorrência não dorme. Ou seja, uma rotina de manutenção e cuidados, caso contrário, morre. A atenção que falamos não é a do jacaré, que consegue ficar ao sol imóvel ao longo do dia mirando a mosca da refeição, ou da coruja, que fixa seu olhar no que se move ao seu redor, sem pestanejar. Mas o olhar respaldado por instrumentos seguros e equipamentos de precisão, como do navegador que, diante do timão, olha para as estrelas misticas e provocadoras, mas orientado por bússolas desenvolvidas nas melhores escolas náuticas do mundo. Amanhã tem mais!

ARTIGO  JANEIRO/2020

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Alessandro Natal

é Diretor da
UNIC Gestão e Negócios Empresariais
Empresa especializada em
Gestão Empresarial e Desenvolvimento
de Profissionais e Lideranças.
Formado em Administração com
Habilitação em Sistemas de Informação.
Palestrante em cursos, treinamentos,
eventos corporativos e preparação de
profissionais para o mercado atual.
Auditor Líder de Sistemas de gestão
da Qualidade Certificado pelo RABQSA.
Colunista do Carreira & Sucesso,
Catho nos assuntos de Gestão
Empresarial e Liderança
na Revista Atitude Empreendedora.
Contato: alessandro@unicgestaoenegocios.com.br

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