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Nunca está bom

O mundo empresarial tem sido comparado como um campo de batalha pelos empresários mais aguerridos. Mas pode ser visto também como um laboratório de relações humanas, onde as pessoas se espelham e se desafiam, estabelecendo sempre metas individuais e coletiva que estão sempre no limiar da impossibilidade. O toque de dramaticidade está neste detalhe: “no limiar da impossibilidade”. É como se a caminhada, para ser concluída, necessitasse de um último passo, que nunca se efetiva por não sabermos sua calibragem exata. É o passo que deixa aborrecida a galera menos vocacionada para o que está fazendo. E deixa excitado o profissional que gosta do desafio. Porque esse último está sempre aberto para captar o pulo do gato.

Há dois grupos básicos diante desse cenário. A turma que reclama e reclama do patrão. “Ele nunca está satisfeito. Por mais que a gente faça, nunca está bom”. E a turma mais turbinada, que vai para casa no final do expediente pensando em uma solução, mesmo sabendo que a solução deva funcionar apenas para aquela etapa. Nesse segundo grupo normalmente estão os que escolheram a profissão e gostam do que estão fazendo. Não estão na empresa pelo emprego e o salário no final do mês, mas para apresentar resultados.
Vontade e determinação, com toques de ousadia, são fundamentais em qualquer rotina empresarial, porque senão o ambiente de trabalho perde a vivacidade e a capacidade de estimular as pessoas envolvidas no projeto, para que deem o melhor de si. Esse passo a mais é como um segredo na rotina de cada um, porque ele tem o poder da provocação, essencial à criatividade. O empresário que não pensa nessa superação permanente acaba perdendo o fio condutor da história da própria empresa, que corre o sério risco de se estagnar.
Evidente que o bom gestor quer o melhor para a empresa e nunca o resultado obtido será o suficiente, pois na sua função precisa garantir a vitalidade e longevidade do sistema. Há uma história de pescadores japoneses que precisavam resolver um dilema. Para obterem um bom desempenho na pesca decidiram levar um congelador junto. Assim, podiam ficar mais tempo no mar e pescar mais, com maior lucratividade, já que os peixes não estragariam. Do contrário, teriam peixes frescos, mas em menor quantidade e baixo desempenho econômico. Raciocínio de escala.
Só que o consumidor japonês gosta mesmo de peixe fresco e não de peixe congelado. Ou seja, a solução apresentada inicialmente não funcionou. Os pescadores começaram então a colocar um tanque cheio de água na embarcação e jogar o pescado lá dentro. Os peixe se batiam, se batiam e se cansavam, chegando para consumo sem aquela impressão de peixe fresco, o que continuava desagradando os consumidores. Depois de muito pensar, resolveram colocar um tubarão no tanque dos peixes, reproduzindo assim uma cadeia alimentar artificial, mas com capacidade para deixar suas potenciais vítimas adrenalinadas do começo ao final da pescaria.
Moral da história. Os pescadores japoneses conseguiram enfim oferecer peixe em profusão aos seus exigentes consumidores, mesmo permanecendo longas horas em alto mar, uma vez que todos os sobreviventes chegavam com a energia na feira de quem havia acabado de morder a isca. No raciocínio empresarial, o tubarão é o gestor, que precisa despertar a adrenalina de sua equipe de trabalho para que todos se sintam vivo e pulsando, em prol de uma empresa que não nasceu para se congelar no tempo ou perder o ímpeto pela comodidade do ambiente.
Muitas vezes essa abordagem pode parecer um pouco desmotivadora, pois aqueles que se empenham e entregam o resultado almejado fica com a sensação de que nunca será satisfatório, mas não, todo esforço é reconhecido e na sequência lançado um desafio ainda maior, pois dessa maneira estaremos garantindo o crescimento sustentável pessoal e profissional. Entenda a importância do tubarão no seu dia a dia de trabalho e supere seus desafios.

ARTIGO  FEVEREIRO/2020

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Alessandro Natal

é Diretor da
UNIC Gestão e Negócios Empresariais
Empresa especializada em
Gestão Empresarial e Desenvolvimento
de Profissionais e Lideranças.
Formado em Administração com
Habilitação em Sistemas de Informação.
Palestrante em cursos, treinamentos,
eventos corporativos e preparação de
profissionais para o mercado atual.
Auditor Líder de Sistemas de gestão
da Qualidade Certificado pelo RABQSA.
Colunista do Carreira & Sucesso,
Catho nos assuntos de Gestão
Empresarial e Liderança
na Revista Atitude Empreendedora.
Contato: alessandro@unicgestaoenegocios.com.br

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